20 março 2009

Alvaro Ottoni!!! É nosso novo amigo escritor!!

Queridos amigos que gostam de ler nossas histórias, os pequenos escritores deste blog trazem boas notícias depois de compriiiiiiiiiiiiiiiiiidas férias. O escritor Álvaro Ottoni aceitou nosso convite de escrita colaborativa com alegria contagiante, nos deixando imensamente felizes e motivados e se tornando nosso novo amigo.
Descobrimos que Álvaro é um grande incentivador da leitura, faz até oficinas para professores ensinando-os a contar histórias e despertar o prazer de ler, criar e escrever junto aos seus alunos. Além disso, ainda sabe cantar histórias. Estamos ansiosos para ver como isto acontece. Cantar histórias???? Esta é nova!!!
Álvaro tem mais de 25 livros publicados e já ganhou prêmio até na Bulgária. Onde será que fica a Bulgária????
Ele virá nos conhecer em Junho, mas enquanto isto vamos ler seus livros, escrever juntos e trocar recados aqui neste blog. Esperamos que todos aproveitem bastante. Vamos conhecê-lo aos pouquinhos através de suas histórias. E aí já vai a primeira que recebemos esta semana:

Andrea Toledo


Sou um escritor que adora ir às escolas para conversar com as crianças, contar histórias, autografar livros, papéis, mãos, camisas, diários. Escrever, trabalhar e contar histórias para crianças é uma oportunidade da gente se acriançar, da gente cuidar bem direitinho dessa criança que existe e resiste dentro de cada um de nós. Além de tudo a criança tem o autor como um sujeito muito distante dele, por isso estar com as crianças é uma oportunidade de desmistificação, da gente se mostrar de carne e osso, e de mostrar para as crianças que as grandes idéias moram na cabeça deles, que escrever é treino, é a arte de sentar a bunda (ops!!) na cadeira, 90% transpiração e 10% inspiração. Porque a gente pensa em ondas e escreve em símbolos, essa tradução é treino, é como jogar futebol, basquete, vôlei, como dançar, por exemplo, quanto mais a gente pratica, quanto mais a gente treina, melhor a gente se apresenta.
Uma vez cheguei a uma escola, e uma criança olhou pra mim, parecia que tinha visto um fantasma. Acabou confessando: "ué... você não é morrido, não, é? Achei que era morrido!!!! " Então, Andrea, é uma oportunidade da gente mostrar que não é "morrido" e de mostrar que as grandes idéias moram na cabeça delas. Um dia estava com Orígenes Lessa, grande e saudoso amigo, fonte mais límpida de minha inspiração, em uma escola no Rio de Janeiro quando no meio da sessão de autógrafos bateu o sinal do recreio. Ah... pra que? Um menino ficou desesperado e gritava de lá do meião. "Álvaro, autografa aqui, autografa aqui!." E o papel foi ficando amassadinho na mão dele, quanto mais ele pedia mais o papel ficava amassadinho. Quando por fim chegou a vez do garoto - sardento - o papel estava literalmente uma bolinha em suas mãos. Orígenes perguntou então ao menino ao mesmo tempo em que lhe estendia uma folha em branco. "Você não prefere que o Álvaro autografe aqui não, menino." E no que ele respondeu: "não, não, autografa aqui mesmo que depois eu passo a limpo".................... choramos de rir, autografei no papel bolinha, tentei autografar na folha, mas já era... Já tinha corrido o menino com a sua bolinha para passar a limpo.Essa verdade da criança que é impressionante e como nos ensina. Beijinho, depois conto mais coisas Álvaro.